O lazer como resistência à produção da cidade
ensaio sobre a praia da estação em Belo Horizonte (2010-2015)
Palavras-chave:
Produção da cidade, Dinâmicas sócio-espaciais, Movimentos sociais, Praia da EstaçãoResumo
A produção da cidade acompanha a lógica da valorização da terra, antes valor de uso, agora valor de troca. Diversos processos que materializam (fisicamente a cidade) fomentam e completam esse processo - como é o caso da moradia e do lazer, por exemplo, e a dicotomia existente do espaço público e privado, neste processo. O que se pretende, portanto, é estudar e criticar como a produção da cultura, em especial do lazer, está atrelada a lógica desse modelo de produção da cidade, tendo como principal marco teórico a crise urbana dos anos 90, e como essa lógica fomentou a mecanização da cultura e dos espaços de lazer e, ao mesmo tempo, produziu mecanismos de resistência de ocupação da cidade, os quais são fundamentais para uma nova cidade - para um resgate do valor de uso (e do espaço público). Neste sentido torna-se imprescindível articular como se transformaram as políticas públicas após a guinada neoliberal da década de 90 e como algumas manifestações de ocupação do espaço através da arte, cultura e lazer vieram como tentativa de suprir as demandas populacionais. É com esse objetivo que se pretende estudar a Praia da Estação, como manifestação cultural em Belo Horizonte, como união - inerente à praia, e diversidade, mas também dotada e reprodutora de construções (e contradições) derivadas do capitalismo, ao mesmo tempo em que uma tentativa de ruptura à produção do espaço imposto. Este estudo teve como base, além da bibliografia teórica consultada, a análise de reportagens jornalísticas entre 2010-2015.
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